terça-feira, 25 de abril de 2017

Concurso 1ª Antologia 200 Trovas Sobre Rapariga * Antonio Cabral Filho - RJ

Concurso 1ª Antologia 200 Trovas Sobre Rapariga
Antologia Brasil Literário
https://antologiabrasilliterario.blogspot.com.br/2016/11/rapariga-nosso-proximo-tema-de-concurso.html 
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sábado, 3 de dezembro de 2016

1ª Antologia 200 Trovas Sobre Banheiro * Antonio Cabral Filho - Rj

1ª Antologia 200 Trovas Sobre Banheiro
Organização:
Antonio Cabral Filho 
Edição:
Antologia Brasil Literário
Rio de Janeiro - RJ 2016
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Lista dos aprovados
https://antologiabrasilliterario.blogspot.com.br/2016/10/resultado-do-concurso-1-antologia-200.html 
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terça-feira, 10 de novembro de 2015

segunda-feira, 16 de março de 2015

Concurso 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça * Antonio Cabral Filho - Rj

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ANTOLOGIA BRASIL LITERÁRIO


promove  o concurso:


1ª ANTOLOGIA 100 TROVAS SOBRE CACHAÇA


Art. 1º - DO CONCURSO 

O concurso, 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, idealizado, promovido e organizado pelo escritor Antonio Cabral Filho, tem a cachaça apenas como tema central, podendo versar sobre quaisquer assuntos correlatos.

Art. - DAS INSCRIÇÕES

Poderão se inscrever somente autores brasileiros, maiores de 18 anos, residentes no Brasil, com apenas (1) trova por participante.
§ 1º - A inscrição é gratuita. Será aceita no período de 15 de março a 15 de agosto de 2015, com o envio da trova em Time New Romain tamanho 14, espaço simples e resumo biográfico em cinco linhas, através do e-mail antologiabrasiliterario@gmail.com, dirigido à  1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, Org. Antonio Cabral Filho.
§ 2º - A trova, escrita em língua portuguesa, deve ter:
a ) obrigatoriamente, métrica setessilábica;
b ) rima, que poderá ser, abab, abba ou aabb;
c ) os necessários sinais de pontuação;
d ) letras maiúscula, somente, no início das frases que compõem os versos.


Art. 3º - DA COMISSÃO JULGADORA

A Comissão Julgadora é soberana em suas decisões e conferirá notas de 0,1 a 10 cujo resultado será irreversível. As trovas classificadas,  até o limite de cem (100), participarão da 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, cabendo,  aos autores a responsabilidade quanto à autoria e inscrição do texto.

Art. - DA 1ª ANTOLOGIA 100 TROVAS SOBRE CACHAÇA

A 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça terá 100 páginas destinadas às trovas classificadas, o equivalente a uma (1) página por autor, antecedidas de dez (10) páginas a cargo da Comissão Julgadora, resultando em um livro de 110 páginas, em formato e-book (livro digital) que será entregue, via e-mail, aos participantes. A todos, que se interessarem, estará disponível gratuitamente via internet. Será publicado no blog: ANTOLOGIA BRASIL LITERÁRIO
Ficará a cargo dos autores a livre divulgação em outros espaços.

Art. - DAS RESPONSABILIDADES

O promotor do concurso informa que o ato de inscrição significa aceitação das normas, acima expostas, e a consequente liberação da obra para integrar este certame. A divulgação dos resultados será publicada no blog ANTOLOGIA BRASIL LITERARIO, de propriedade do promotor do evento, até 15 de setembro de 2015, seguida da publicação e envio do livro aos autores, conforme Art. 4º .
Parágrafo único - Todos os inscritos terão os trabalhos publicados, um em cada postagem, no blog do concurso.

COMISSÃO ORGANIZADORA
Rio de Janeiro, 15 de março de 2015
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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

POETAS 10ENGA VETADOS - POESIA * Antonio Cabral Filho - RJ

POETAS 10ENGA
VETADOS
ORG Antonio Cabral Filho
Edição Dos Autores
Rio de Janeiro - Rj 1995
http://pt.calameo.com/books/0018930733d5a891aba03 
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

LOUCOS DA PRAÇA DA REPÚBLICA, Coletânea ANE 1992 * Antonio Cabral Filho - Rj


                                                 LOUCOS DA PRAÇA DA REPÚBLICA
*
DELES AS PALAVRAS SALTAM
             DIRETAS SEM MEDO SEM RODEIOS
                               E VÃO FLUINDO VULCANICAMENTE.
UM REDEMOINHO DE SENSAÇÕES
            AFLIGE DIFERENÇAS E INDIFERENÇAS
                               E TUDO PARECE CONFLUIR EM TORNO DELES.
NÃO RECONHECEM A ARTE DE INVENTAR HISTÓRIAS
            QUE FALAM DE UM MUNDO REAL
                               SEM ALEGORIAS NEM VÃS GLÓRIAS,
MESMO QUE POR ORA POSSAM CHOCAR.
AOS POUCOS VÃO CONSTRUINDO UM FIO DA MEADA,
             VÃO DANDO FORMA AO OUTRORA APENAS LOUCO.
SUAS INQUIETUDES FAZEM-NOS DESCOBRIR TUDO AO SEU REDOR
             E ATÉ ACHAR TUDO ISSO MUITO NORMAL:
O RELÓGIO QUEBRADO E SEM PONTEIROS,
             A RODA DE LOUCOS ENTRETIDOS NO CENTRO DA PRAÇA,
                              A MULTIDÃO APRESSADA QUE SEGUE SEM RUMO
E TUDO ISSO INTERLIGADO PELO ÚNICO ELO POSSÍVEL
            NESTE TEMPO DE PRESSA:
                               O IMPERATIVO VERBO IGNORAR.
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domingo, 7 de dezembro de 2014

Pedro Giusti Entrevista Antonio Cabral Filho - Antonio Cabral Filho - Rj

MOMENTO LITERO CULTUAL - SELMO VASCONCELLOS  - RO
ANTONIO CABRAL FILHO

"O poeta é um romântico revolucionário em tempo integral."
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Entrevistador: PEDRO GIUSTI, POETA E TROVADOR MARANHENSE
TROVADOR PEDRO GIUSTI E OUTROS VERSOS
http://pedrogiushttp://pedrogiusti.blogspot.com.br/ti.blogspot.com.br/

Entrevista:

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P: Quem é Antonio Cabral Filho?
R: Gosto deste modo de perguntar; porque é frontal e permite uma resposta extensa ou sucinta; mas prefiro esta: Sou Antonio Cabral Filho, que em vossa presença emigra; do pinto que não quer milho, João Cabral que lhe diga.



P: Como começou a escrever? Teve influências familiares?
R: Durante a catequese no meio rural em que vivi até aos quinze anos, é comum o uso das formas literárias e musicais populares; e foi aí, dentro da igreja que fiz contato com a poesia, fazendo quadras para cantar durante as aulas de catecismo, em sua maioria, dedicadas a Nossa Senhora. E, como não podia deixar de ser, minha maior instrutora foi minha mãe, que ainda canta "Ìndia, seus cabelos nos ombros caídos, negros como anoite que não tem mais fim..." como ninguém.



P: Por que poesia?
R: A poesia é meu forte, em função da objetividade com que ela serve para dar a resposta certa na hora certa ao interlocutor certo...



P: Como o poeta se coloca no mundo?
R: No meio da arena, com uma espada em cada mão...



P: Como é seu processo de criação? Existe inspiração?
R: Relâmpago, como agora; a resposta é medida pela pergunta. Inspiraçâo?  "Por Deus e por todas as coisas em que não creio, minha sombra fala, mas não no creio." (O Viandante e Sua Sombra - Nietzsche)


P: Atualmente, para quem os poetas escrevem?
R: Não somente os poetas, mas todo escritor escreve para si mesmo.


P: A arte é própria dos artistas ou todo mundo é artista?
R: Ferreira Gullar fala sobre isso o tempo todo e eu concordo: Todo mundo é artista. O que diferencia os "artistas" do seu conjunto (humanidade) é a sensibilidade com referencia a sua criação: Jamais existirão dois "Fernando Pessoa".


P: Despertar para a literatura é despertar para si mesmo?
R: Na medida em que seja despertar para o Mundo, sim.



P: A arte contribui para melhor compreensão do mundo?
R: Arte é integração da pessoa com o Mundo, e, na medida em que despertamos para nós mesmos, rompemos o processo alienante e nos tornamos sujeitos, frente a nós , portanto frente ao mundo.



P: Crê que a poesia, mesmo a não engajada, é um agente de

transformação pessoal? E social?
R: Até Marx já falou sobre isso: Um bom poema de amor é engajado na medida humana do Amor, uma vez que ELE resgata a pessoa na dimensão individual e a transporta para o coletivo ante a pessoa amada.


P: Acha importante o intercâmbio entre os escritores e seus leitores?
R: É a maior "oficina" do escritor; pois se recebe contribuições fantásticas, às vezes sem a menor pretensão.


P: Como vê os prêmios, concursos, eventos e afins? Contribuem
realmente para melhor literatura e formação de público?
R: Como palcos da produção, onde se realizam as suas concretudes, uma vez que "vender" uma ideia ou um produto depende desses dois componentes: A VIA de acesso e o DESTINATÁRIO.


P: A internet disseminou a literatura? Como vê os sites, blogs? Como
alteram a relação entre escritor/público?
R: A INTERNET assustou muita gente; a mim inclusive, que desmontei uma livraria e distribuidora em 1992, por trabalhar, basicamente, com livro didático, o mais "xerocado" e "baixado" do mundo; no entanto, para a literatura, ela representa um espaço ilimitado, pois permite acesso a mais pessoas e combate o preço final do livro impresso. Os blogs são "nossos fanzines" de outrora, tão guerreiros, buscando sempre mais adeptos/fãs/colecionadores...



P: Considera os saraus importantes para a socialização da poesia?
R: São fantásticos espaços de encontro entre escritores, leitores, boêmios, personagens etc


P: Como vê a literatura atual? Quais seus novos autores preferidos?
R: A literatura atual, brasileira, é sucesso de ponta a ponta do territótio nacional, dadas as suas necessárias proporções; hoje ficou mais difícil ser "best-seller" na metrópole, mas de certa forma, todos o são nas suas províncias...
Sobre os "Novos Autores", fica difícil destacar alguém, justamente devido ao grande número de gente publicando.

*
P: Deixe um pequeno currículo.
Antonio Cabral Filho publicou até agora ECCE HOMO, poesia, 1997; DUELO DE SOMBRAS, poesia, 1999; VER...SO CURTO&GROSSO, poemas piadas,2006; CD/DVD DEPOESIA, 2008, CINZA DOS OSSOS, poesia, 2009...

Coletâneas: POETAS DA CIDADE DE NITERÓI, poesia, 1992; ANTOLOGIA POÉTICA 2 -UFF/Eduff, poesia 1996; POETAS 10engaVETADOS, poesia, 1995; BRASIL LITERÁRIO 2007/2010; ANTOLOGIA 13 POSTAL CLUBE, poesia, 2011; FANTASIAS, coletânea de contos, crônicas e poesia, 2011, ALPAS21; POETAS EN/CENA 6 BELÔ POÉTICO 2012. Em programação: ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS, pela Ed. Pimenta Malagueta/Elenilson Nascimento...

*
Contato:



E-mail: letrastaquarenses@yahoo.com.br
Blog: letrastaquarenses.blogspot.com.br 

*
Pequena mostra da poesia de Antonio Cabral Filho

HAICAIS

Das copas floridas,
despencam só broches de ouro:
Ipês amarelos.
*
No cinzeiro cheio,
a prova do que serão...
Só quero aplaudir...
*
Canto da Uiara,
lá bem no ermo da floresta:
Quem ouve, não volta.
*
Na dança do fogo,
chamas devoram desejos:
Sagração do rogo.
*
Pleno meio dia,
nenhuma nuvem no céu:
Verão implacável.

TROVAS

Trem é coisa de mineiro,
mas é meio de partida;
leva o pai ao estrangeiro,
deixando a mãe desvalida.
*
Quem criou obras tão belas
como o luar das Gerais,
fez da mulher uma delas,
mas pra si tem algo mais...
*
Minas é demais da conta,
é terra das emoções;
pois só ela tem "Três Pontas"
e até "Três Corações"

*
Todos cantam sua terra,
também vou cantar a minha;
mas no meu verso se encerra:
- Minas Gerais é rainha!
*
POEMAS PIADAS

DESEMBUCHE

Oh meu caro Gabo,
tenha a santa paciência;
ninguém aguenta mais
"Cem Anos de Solidão!"
*
MACUNAIMAICAI

Sacrifício algum
vale prazer mais intenso
que matar o tempo.
*
MILITÂNCIA

Os meus sonhos de 68
acabaram em 69
nas areias de Ipanema
com uma loura bem suada.
*
SARRO

Poema feito nas coxas
é igual a mulher bonita:
Não precisa entender o enredo,
basta gostar do arranjo.
*
ELEGIA DE AUGUSTO DOS ANJOS

Fui ler Augusto dos Anjos,
mas assim logo de cara
fiquei que nem os arcanjos
caçando "Escarlete Ohara".

Pareceu-me um Frankenstein,
Drácula sem Baviera;
Por mais que vocês estranhem,
achei bem pior do que era.

Mas depois eu me dei conta,
tanta riqueza linguística
cuspida por gente tonta

sem apreço com estilística,
fora os burros sem cabrestos
aos coices pelos seus textos.
*
ESPELHO DE SOMBRAS

Por sobre os ombros
os olhos fitam o mundo
refletido no espelho
através da janela...
O corpo imerso no dia convulso
insensível aos suicídios
e ao calor das discussões
não figura, não é mais nem menos
na paisagem alheia.
O pintor no atelier
não o notaria pousado na folha
branca sobre a mesa.
O dia cheio de mecanismos
é tudo que cabe no espelho;
O resto, os olhos não podem ver...
***



sábado, 6 de dezembro de 2014

ANTOLOGIA CARDÁPIO POÉTICO I * Antonio Cabral Filho - RJ

Antologia Cardápio Poétivo I - 2014
Editores: Claudia Brino
Vieira Vivo
Santos - SP
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POEMAS SELECIONADOS


VAZIO

Sou um abismo silente
Esperando que entes caiam em mim
Não há apanhadores a salvá-los
E eles caem sempre; e pra sempre
E a cada coisa ou ser que cai
Me erijo um tanto a mais
Destarte, sou pedaços de todos
Um buraco engolindo outros
Mas não quero tê-los somente
Ambiciono sê-los
E eles nunca param de cair; nunca
E a cada ente que cai
Percebo o quão vazio sou


Dyego Cortez

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COCHICHO 

Ela veio caminhando
toda acanhada

querendo me contar as boas novas

Aproximou-se de mim

com as mãos fechadas
diante do rosto

assim, como se trouxesse
só pra me mostrar

ao abrir dos dedos
- um vagalume


Rodrigo Domit 

***

O GRITO

Na musicalidade dos versos
a rebelião silenciosa
das palavras enobrecidas
que lavram uma busca incansável.

Em cada ponto,
em cada canto pelos ares,
suprindo os desencontros
atrás do reencanto dos sonhares.

Na melodia dos olhares
a insurreição das frases no infinito,
alimentadas pelos sentimentos,
que reagem ao silêncio
insubordinadas
pela necessidade do grito.

Paulo Franco

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Tentativas

Fiz uma ou duas escolhas erradas,
visando cem ou mil possibilidades de acerto.

Usei mais palavras que devia,
tentando rimar,
e não cheguei nem perto.
Digo, me aproximei um pouco.
Afirmar assim fica mais correto.

Se o erro é o caminho à perfeição,
logo mais estarei certo.


João Victor Martins Ruyz 

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QUADRO

a massa acrílica
monocromática
finge
incompetente espátula
amontoando
torrões a esmo
que eclodem rosas
no olhar que aguarda
a mamografia

mantra
rosa-lívido

oráculo

Deise Assumpção

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Aglomeração

no cume
meus pés
cobertos de formigas
trabalhadeiras
eu sou vagabunda
como a onda
que crepita
lá embaixo
pés, mel, dissolução do corpo
no ato do alto.

Vivian de Moraes


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IMINÊNCIA

No céu silente
a lua 
me espiona...
por isso,
está cada vez mais cheia
de meus segredos.

Tomara que não exploda
revelações
pois não saberei
me advogar.

Maurício Cavalheiro



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Aldravia

diante
da 
lua
o
poente
enrubesce
João Alberto de Faria e Araújo

***


Golpe

Basta uma palavra
Para mais mil surgirem
Um furacão de adjetivos
Verbos da melhor safra
Ah! E se eles interagirem?
Não devo me preocupar,
Logo virão os substantivos
Armados de advérbios, até um cravar
E vai tão fundo este golpe
Que ao invés de dor
A vítima grita: “Que poesia!”

Maria Vitória de Rezende Grisi 

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Andar Pra Dentro

O pé devora
A estrada,
A mente
Digere.
Dirige
O passo
O andante;
O caminho
É andar pra dentro.


Cícero Christino

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HEI DE ELOGIAR

Hei de elogiar a loucura
quando parar de enlouquecer

Hei de elogiar a loucura
quando deixar de rasgar-me

Hei de elogiar a loucura
quando parar de exercê-la
em alma e carne 

Natanael Gomes de Alencar

***


CONSTRUÇÃO

a palavra é adaga
a cortar os pulsos

contra ela
milícias bombas
são inúteis

canhões não têm vez
sequer mordaças

a palavra não se cala
grita ejacula goza

a palavra é adaga
fere, mata
mas também é espera:
seu tempo é todo o tempo 

Luiz Otávio Oliani

***


Mar-cavalo
a Jorge de Lima

'Era um cavalo todo feito em chamas'
a manhã marinha e confundida,
um celacanto vindo do mar 
e tornado outro, pelo e crina.

'Éguas vieram, à tarde, perseguidas'
fêmeas inspirações de deitar as camas
um canto subindo da garganta
e tornadas outras palavras tantas.

Rosa Ramos


***


GRUPO ESCOLAR

Bebia a sombra gorda da mangueira
Naquelas tardes de sol e preguiça

A rua ardia de calor
Andorinhas vinham
Pousar no fio do poste

Ao longe
O rio ruminava águas e mágoas

Na sala de aula a professora
Versejava 
A matemática mormente dos números

E eu longe
Mastigando as palavras dos poemas

Cláudio Bento 

***

CONJUNCTIO

crua a carne que me sacia
vermelha
obelisco que a boca suga e regurgita
em branco, em ânsia, em pressa
crua a carne que me lavra
morna
insone que me adentra e desabita
em riste, em sede
sismo

Cinthia Kriemler


***

QUINTAN'ESSÊNCIAS

Não consigo imaginar
Quintana chorando,
cortando soluços sentidos,
a não ser lágrimas de extrema alegria,
para lavarem suas faces
queimadas pelo arco-íris,
pois a palavra Quintana
sugere criança brincando
alheia a tudo
imune a qualquer risco
longe desta vida
de direitos e deveres
de ordens e obediências
reduzidas a números e papeis,
aliás como Quintana sempre quis.

Antonio Cabral Filho


**

PAI DE FAMÍLIA (?)

Bêbado
de cachaça e raiva, 
ele foi até o berço
e tapou a boca do filho, 
abafando os ecos da fome
que martelavam
em sua consciência. 

Dora Oliveira

**

ALDRAVIA

Vendo
a 
queimada,
Curupira
chora
brasas.


Edweine Loureiro

**

A música guarda todos os meus segredos 
escritos na pauta do meu corpo.
E se molha os olhos, se acende a paixão
que o olhar leve de leve 
um pouco de voz da minha canção!

Giselle maria

****

sin son, sin risa


às vezes falas tão pouco
e dizes tão muito

e eu, um tanto de louco
(e nada de sábio)

só busco um sorriso fortuito
destes teus monossilábios 

(J.R. Lima)

****

Reconhecimento

Um poeta, para ser reconhecido,
Tem a morte como passo obrigatório,
Com aquele seu poema nunca lido,
Por três vezes declamado no velório.

Leandro Andreo

***

Albatroz

A ave avista a aventura:
Alcançar a altitude alva,
Aborrecer anjos às alturas.

Assim aventurou-se.
Afoita, alçou armadura aérea,
Aprumou-se.

Ante a amplitude azul,
Alumiou-se,
Acendendo a alma apagada.

Alquebrada, ao anoitecer,
A ave avista avião acelerado,
Amarelando-lhe a alma alvejante.

Assim aventurou-se,
Arriscando as asas albatrozes.
Acuada, abate-se atropelada.

Luciano Marques

**

Causa mortis
(para Renato)

Todos os sintomas,
tudo batia:
os hematomas,
coração que gemia...
em última instância
descobriram: 
morrera de distância.

Michelle Hernandes

**

Dar tempo

Devo pensar na minha dor sem fim.
Sonhar que posso ambicionar teu sim,
não quero... Vai! E que esta vida dê,
na dose certa, a solidão do ser.

Quem tem certeza já desiste, foge...
Havendo dúvidas e medo, nossa!
Por que esperar. Sofrendo escárnio, glosa?
Se a vida deve sobejar – sim! – hoje?

Queres mais tempo? Dar-te-ei tempo, então,
a vida inteira. Reflexão, torpor.
Terás de mim tudo e meu nada, mas...

Que seja breve meu sofrer o não.
Que brote, forte, o renovar, sem dor.
Ao renascer, da cicatriz, a paz.

Nijair Araújo Pinto

***

me dou
em linhas

geometrias 
traçadas a sal

Rosana Banharoli

** 

O GOZO

Uma nota, sustenida pela ponta
dos dedos d'alma
alinhava inusitada melodia
Voz que vai 
polinizando notas diacrônicas....
sentidas
Voz, cujo mais grave agudo
chora um gozo incandescente
da improvável,fugidia, infinitesimal
felicidade

Tony Barreto
***